segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Uma mão no volante e a outra na caneta


Uma das grandes vantagens de ser caminhoneiro é a oportunidade de conhecer histórias, pessoas e lugares completamente diferentes do que se está habituado a ver. Foi tirando partido dessa vantagem que o caminhoneiro Jean Carlos de Andrade (fotos ao lado e abaixo) descobriu em si outro talento, que ia além de dirigir: o de escrever. Durante os 15 anos que trabalhou a bordo de caminhões, Jean registrou tudo de diferente que encontrava em uma espécie de diário de bordo. Esse diário originou o livro “Vida de Caminhoneiro”, trabalho em que Jean relata tudo que viu e ouviu, diagramado e ordenado pelo próprio autor.

Apesar da riqueza do material, nenhuma editora se propôs a publicar o livro. A saída foi publicar por conta própria e colocar os livros à venda em postos de gasolina e em sites que publicam sob demanda, como Bookess e Agbook. A partir daí, o livro foi conquistando espaço e já obteve resultados expressivos.

Além de “Vida de Caminhoneiro”, Jean já publicou outros quatro livros. Apesar disso, não abandonou a boleia de lado. Ele continua fazendo fretes, indo principalmente para capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. No tempo livre, aproveita para exercitar ainda mais a veia literária.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Agricultores enfrentam problemas com a alta no custo do frete em MT

O agricultor Jorge Schinoca colheu 60 mil sacas de milho safrinha este ano em Jaciara, no sul de Mato Grosso, 20% a mais que na safra anterior. O grão é do tipo exportação e parte da colheita vai para o mercado externo.

O agricultor Jorge Schinoca

Em outubro do ano passado, o armazém já estava vazio, mas agora, com a alta do frete em mais de 30%, o produtor prefere esperar um pouco na esperança de valores mais baixos.

O Imea (Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária), calcula que o frete já subiu em média 40% nos últimos quatro meses em Mato Grosso. Um exemplo é o trajeto Sorriso-Paranaguá. No começo do ano o valor era de R$ 165 a tonelada e agora está custando R$ 230, alta de 40%. "Os novos contratos de soja para março já estão em média em torno de R$ 300, quase o dobro" explica Cléber Noronha, engenheiro agrônomo do Imea.

A colheita recorde de milho safrinha, rodovias precárias e o aumento do diesel contribuem para o reajuste no transporte. A lei que regulamenta o trabalho dos caminhoneiros também interfere. Eles precisam parar em intervalos regulares durante a viagem e descansam no mínimo 11 horas entre uma jornada e outra. A expectativa é de que o custo do frete tenha ainda novos reajustes.


Jorge Schinoca sabe que os custos de produção da safra de soja que está começando serão maiores, pois trazer o adubo dos Portos já está mais caro.

A preocupação dos agricultores fica ainda maior tendo em vista a previsão de que a safra de soja, que vai ser colhida no início do ano que vem, será recorde.

Com informações Globo Rural.