terça-feira, 26 de março de 2013

Os seis passos para equilibrar a natureza


Artigo publicado na última quarta-feira (20) pela revista “Nature” apresenta uma proposta com seis Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) que deveriam ser cumpridas por todos os países para melhorar, até 2030, a vida da humanidade, preservar os recursos naturais e assegurar uma economia com menos impacto ambiental.
A pesquisa, elaborada por um grupo de dez pesquisadores de várias partes do mundo, atende ao chamado da Organização das Nações Unidas (ONU) feito em 2012, durante a Rio+20, conferência que debateu o desenvolvimento sustentável.
No encontro, que ocorreu no Rio de Janeiro, ficou acordado que os países participantes fixariam metas (os ODSs) que integrassem formas de combater a degradação dos recursos naturais do planeta, ações contra a pobreza e em favor da igualdade social.
Elas entrariam em vigor a partir de 2015, assumindo o vácuo deixado pelos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), que expiram nesta data e abordam temas como a erradicação da pobreza e da fome, o acesso ao ensino universal e a redução da mortalidade infantil.
No entanto, a discussão para a criação dos ODSs terá início apenas em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, que acontece em Nova York, nos Estados Unidos. Um grupo de trabalho com 30 membros, incluindo a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, vai preparar um relatório apresentando uma prévia dos objetivos.

Meio ambiente não privilegiado
Segundo o artigo da "Nature", as metas existentes privilegiam mais o combate à pobreza no mundo em vez de abordar com o “mesmo peso” as condições ambientais do planeta. A junção dessas duas preocupações, segundo os estudiosos, “permitiria ao ser humano um desenvolvimento mais próspero”.
Para desenvolver os seis ODSs, os pesquisadores levaram em conta estudos científicos feitos até 2009 e que analisaram os sistemas terrestres e como eles são impactados pela mudança climática, a taxa de perda da biodiversidade e a emissão de gases como nitrogênio e ozônio. Também foram analisados fenômenos como a acidificação dos oceanos, a mudança no uso da terra e o uso da água doce no planeta.
A partir desses dados, foi elaborada uma lista de seis Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que deveriam ser seguidos e cumpridos até 2030.

Conheça a proposta:

1 – Vida próspera e formas de assegurar a subsistência humana.
Fim da pobreza e melhora do bem-estar através de acesso à educação, emprego, saúde e informação. Redução da desigualdade social enquanto se trabalha em direção ao consumo e produção sustentáveis. Segundo os pesquisadores, deveriam ser instituídas regras dentro da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a manutenção do ar limpo, assegurar as taxas limites de emissões de ozônio e de componentes químicos ou materiais tóxicos. Além disso, deveriam ser criadas práticas para extração de minerais e metais com foco na reciclagem destes materiais.

2 – Segurança alimentar sustentável. Fim da fome e alcance a longo prazo da segurança na produção de alimentos, com distribuição e consumo sustentáveis.
Para os estudiosos, deve-se prorrogar a meta de combate à fome criada nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, adicionando limites para o uso do nitrogênio e do fósforo na agricultura (evitando que sejam enviados para a atmosfera e para o oceano). Além disso, deve-se aumentar a eficiência no setor em 20% até 2020.

3 – Segurança sustentável da água. Acesso universal à água potável e saneamento básico; garantia de eficiência maior na gestão dos recursos hidrominerais.
Os cientistas afirmam que é preciso limitar a retirada de água das bacias hidrográficas em não mais que 80% do fluxo médio anual dos rios.

4 – Energia limpa universal. Aumentar o acesso universal à energia limpa, minimizando a poluição e o impacto à saúde, além de reduzir o impacto do aquecimento global.
Este objetivo contribui com acordos já feitos entre países que integram as Nações Unidas, que contemplam a implantação de energia sustentável para todos, igualdade de gêneros e acesso à saúde. Além disso, assegura em 50% a chance da temperatura global não subir mais que 2º C nos próximos anos e reduziria entre 3% e 5% ao ano a emissão de gases-estufa até 2030 (totalizando uma queda de até 80% até 2050).

5 – Ecossistemas produtivos e saudáveis. Assegurar os serviços ecossistêmicos e da biodiversidade com uma melhor gestão, restauro e conservação do meio ambiente.
A proposta reforça o cumprimento das Metas de Aichi, dentro da Convenção da ONU para a Biodiversidade, que fixa a redução do ritmo de perda dos ecossistemas e prevê a manutenção de, pelo menos, 70% das espécies presentes em qualquer ambiente.

6 – Governança para sociedades sustentáveis. Transformar e adaptar instituições e políticas públicas para aplicar as outras cinco metas já apresentadas.
Com este objetivo, seriam eliminados até 2020 subsídios que dão suporte à exploração do petróleo, à agricultura insustentável e à sobrepesca.

terça-feira, 12 de março de 2013

Estiagem elimina 80% da safra de caju no Piauí



Mais de 80% dos cajueiros não resistiram à última estiagem. No período de entressafra, o agricultor vive com a renda dos produtos feitos com o caju, como a cajuína, principal subproduto da fruta para a agricultura familiar na região, mas não é o que está acontecendo. Muitos agricultores estão investindo em outras atividades, como a plantação de acerola e goiaba.

A esperança do agricultor se volta para a produção deste ano. Apesar da chuva insuficiente, parte dos cajueiros já está se desenvolvendo. Para que  haja fruto, é preciso que o solo permaneça molhado.

Uma plantação consome, pelo menos, 400 milímetros de chuva por ano. O problema é que em parte do Piauí só choveu metade disso até agora.

A cooperativa de cajucultores do Piauí tem cinco unidades de  beneficiamento. Jociebel Belchior, presidente da cooperativa, espera que este ano tenha chuva e que a produção seja farta. “Já no mês de fevereiro choveu em grande parte da região, 200 milímetros. Se daqui até o fim do período chuvoso chover mais 200 milímetros, garante uma boa safra. Se deus quiser, a gente pode botar a nossa cooperativa para funcionar bem”.


Com informações G1 ECONOMIA AGRONEGÓCIOS

quinta-feira, 7 de março de 2013

Verão é tempo de conjuntivite: saiba como se proteger


Olhos vermelhos, irritação e ardência. Estes são os sintomas mais comuns para quem está com conjuntivite. A inflamação, que ocorre na conjuntiva (membrana que envolve o globo ocular e a parte interna das pálpebras), é bastante frequente no verão. "O verão é a época do ano em que as pessoas estão mais ao ar livre, em contato com outras, e mergulhando em praias e piscinas contaminadas, que são formas importantes de transmissão", explica o médico Marco Antonio Alves, chefe do setor de córnea do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, ressaltando que, para ser infectado, é necessário o contato com o vírus, seja pela secreção ou por pertences pessoais de quem já está infectado, tais como óculos, maquiagem e toalha.
"O contágio pelo ar, quando a pessoa infectada está no mesmo ambiente, é muito difícil, mas pode acontecer em algumas situações", completa.
No caso da conjuntivite viral, que é a mais comum nesta época do ano, o calor e a umidade favorecem a disseminação do vírus, podendo causar uma epidemia, principalmente em locais com grandes aglomerações. É altamente contagiosa.
Outros sintomas comuns são sensação de corpo estranho (areia nos olhos), fotofobia (sensibilidade à luz), lacrimejamento, coceira e secreção ao redor dos olhos. "A secreção varia de acordo com a causa. No caso das conjuntivites bacterianas, o paciente amanhece com os olhos grudados, com secreção mucopurulenta (que contém muco e pus). Na viral, ela é mais clara", explica o médico.

Tratamento
Após sentir qualquer um dos sintomas acima e fazer o diagnóstico com um oftalmologista, será preciso paciência até a inflamação passar. "A maioria cura sozinha, apesar de serem necessários alguns cuidados", afirma a médica Rachel Rodrigues Gomes, da clínica Cerpo (SP).
O incômodo pode durar de sete a 14 dias, dependendo da infecção e do vírus ou bactéria causadora. "A viral pode durar até dez dias. Já a bacteriana aguda, até 14", explica Rachel.
Em caso de conjuntivite bacteriana, o tratamento é feito com colírio antibiótico, prescrito pelo médico, que fará exames para identificar qual é o tipo de bactéria e qual é o tratamento adequado. Não é recomendado usar colírios por conta própria, pois podem piorar a infecção.

Para os demais casos, os cuidados são:
- Não coçar os olhos;
- Lavar frequentemente as mãos;
- Evitar o compartilhamento de toalhas, travesseiros e objetos pessoais, como maquiagens e óculos;
- Evitar ambientes com muitas pessoas;
- Fazer compressas com água fria e filtrada, mantendo os olhos limpos.

Se não tratada corretamente, a conjuntivite pode deixar sequelas, como cicatrizes no olho e na córnea e infecções intraoculares.

Mitos e práticas caseiras
A médica Rachel Rodrigues Gomes esclareceu algumas dúvidas e mitos sobre a conjuntivite. Confira:

Quais são os principais mitos no tratamento da conjuntivite, tanto viral como bacteriana?
Rachel Gomes: Algumas pessoas acreditam que o leite materno (usado como colírio) pode curar a conjuntivite, o que é um mito e contraindicado.

A limpeza do olho deve ser feita apenas com água quando é detectada a conjuntivite?
A limpeza deve ser feita apenas com água filtrada ou mineral. É contraindicado o uso de água boricada, soro fisiológico ou chás.

Usar óculos escuros ajuda a evitar o contágio e alivia os sintomas?
Os óculos escuros diminuem o incômodo à luz, que pode acontecer. Mas eles não impedem a transmissão da doença.

Como tratar uma criança com conjuntivite?
O tratamento deve ser prescrito por um oftalmologista, independente da idade da criança. Apenas o especialista pode diagnosticar e tratar as conjuntivites.

Esfregar aliança no olho resolve?
Não, isso é um mito.

Usar colírio resolve? Ajuda a evitar ou a melhorar os sintomas?
Os colírios devem ser prescritos por oftalmologistas. Existem diversos tipos de colírios e o uso indiscriminado de algumas substâncias pode causar problemas. Em caso de suspeita de conjuntivite, procure imediatamente um médico.

Usar lentes de contato fica proibido quando há a infecção?
Sim. As lentes de contato não devem ser utilizadas durante a conjuntivite.