quarta-feira, 9 de maio de 2012

Transportes 1500. Conscientização e agricultura Soja, milho, feijão ou café? Como se adequar às mudanças


Várias pesquisas conduzidas em unidades da Embrapa e em universidades brasileiras vêm buscando soluções sobre o modo de produção agrícola. Existem medidas adotadas por pesquisadores e agrônomos em termos de adaptação, já estão sendo desenvolvidas em laboratório, por exemplo, variantes genéticas de soja, milho, feijão, café, mandioca e algumas frutas mais tolerantes às altas temperaturas e ao déficit hídrico. Os estudos estão avançados, mas, ponderam os pesquisadores, mesmo que os trabalhos resultem em plantas mais resistentes, o melhoramento genético tem um limite. Se a temperatura subir mais do que 2°C, ele não terá como combater o problema pois a planta passa a ter dificuldade em fazer fotossíntese.


A regra de ouro é, portanto, trabalhar simultaneamente medidas de mitigação. Diversas práticas agrícolas já conhecidas são capazes de diminuir as emissões de carbono do setor e ainda aumentar o seqüestro do gás da atmosfera, como a integração entre pecuária e lavoura, a utilização de sistemas agroflorestais e o incentivo ao plantio direto. A idéia por trás delas é otimizar o uso do solo, melhorando o manejo das culturas e das áreas de pasto. As culturas consorciadas, por exemplo, evitam que a terra fique nua em alguns períodos, o que diminui os riscos de erosão e aumenta a quantidade de carbono no solo.




Os pesquisadores Eduardo Assad (Embrapa) e Hilton Pinto (Unicamp) foram categóricos: existe saída para evitar os danos, mas é preciso começar a mudar já. “Os dados deste trabalho não têm o intuito de fazer terrorismo, mas alertar para a necessidade de adotar imediatamente medidas de mitigação e adaptação”, afirmou Pinto. “Fechar os olhos para isso não é certo. Só teremos realmente um problema se formos irresponsáveis”, complementou Assad.
Segundo eles, o modo de produção agrícola precisa mudar. Algumas perdas talvez sejam inevitáveis, visto que o país só agora começou a conhecer sua vulnerabilidade e ainda não tomou as atitudes para evitar os impactos. Mas ainda é possível adotar medidas de mitigação, assim como adaptar as culturas para as novas situações. Essas atitudes, lembram os pesquisadores, têm o potencial de transformar a agricultura, de atual grande emissora de gases de efeito estufa, em sumidouro de carbono, revertendo sua contribuição para as mudanças climáticas.




Fonte/revistaagricultura.com.br

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